Atenção à população idosa deve incorporar todos os profissionais de Saúde.
Diretor técnico da Área Técnica de Saúde do Idoso do Ministério da Saúde, o dr. José Luiz Teles de Almeida é também membro titular do Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, é responsável pela articulação das diferentes áreas do Ministério da Saúde para a formulação e implementação de políticas especificas para a população idosa, que me 2000 era de 15 milhões ou 8,6% da população total no país e hoje é estimada em 18 milhões.
Nesta entrevista para o Jornal do CFFa, o dr. José Luiz Teles de Almeida aborda as ações que foram estruturadas pela Área Técnica de Saúde do Idoso.
Jornal do CFFa – Quais as políticas públicas relevantes para a pessoas idosa que estão sendo implementadas? Como são efetuadas as articulações de ações e propostas para uma política coerente com as necessidades das demandas da população idoso brasileira?
José Luiz Teles de Almeida– O Ministério da Saúde possui uma política, estruturada desde 1999, como diretrizes e objetivos voltados para a população idosa. A partir de 2005 fizemos uma revisão do texto dessa política, no sentido não só de atualizá-la à luz da legislação (o marco dessa legislação foi com certeza o Estatuto do Idoso) mas também de incorporar novos conhecimentos e perspectivas. As principais ações visam qualificar a atenção básica, que é o primeiro contato que o indivíduo faz com o serviço de Saúde, particularmente na estratégia da Saúde da Família, que tem um potencial imenso de intervenções positivas na vida das pessoas idosas.
Jornal do CFFa – O Caderno de Atenção Básica incorporou sugestões apresentadas pelo CFFa. haverá continuidade?
Joé Luiz Teles de Almeida– A Fonoaudiologia tem uma atuação especifica em determinados sistemas do indivíduo e também a percepção de que a fala, a audição e todos esses mecanismos que possuímos, são fundamentais na interação humana e na interação social, ainda mais preciosos para a população idosa. Simone de Beauvoir diz que a primeira morte que ocorre com uma pessoa idosa é a morte social, o seu isolamento para depois seguir a morte física, biológica.
“Acredito que a saúde pública venha se construir, nos anos vindouros, no principal mercado de trabalho para esses profissionais, seja pelo incremento dessa atenção, desse deslocamento do investimento voltado mais para a atenção na comunidade, seja pelo esgotamento do modelo de atenção individual. “