É muito comum ver crianças autistas taparem os ouvidos, se esconderem ou terem medo de alguns sons e objetos. Muitas vezes, esses comportamentos acontecem devido à hipersensibilidade auditiva. Essa anomalia na percepção sensorial é um sintoma frequente em pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A hipersensibilidade auditiva é um Transtorno do Processamento Sensorial, algo que deixa o cérebro com dificuldade para compreender, filtrar e escolher como reagir a alguns estímulos. Esse transtorno faz com que a pessoa fique mais sensível e seja fortemente afetada pelos sons do ambiente em que está ou, até mesmo, os sons do próprio corpo.
Pessoas com essa disfunção sensorial percebem os sons de forma mais aguçada, fazendo com que sejam intoleráveis. Em alguns casos, estímulos auditivos considerados “normais”, estímulos imprevisíveis (como o som de uma buzina) ou, até mesmo, estímulos inaudíveis, podem gerar sofrimento, angústia, aversão e dor física.
É justamente para evitar experiências sonoras desconfortáveis que crianças com TEA costumam se esconder, tapar os ouvidos ou associar sentimentos ruins a objetos que emitem sons que elas não gostam. Essa sensibilidade exagerada afeta as relações sociais, a tolerância ao ambiente doméstico, escolar, profissional e aos locais públicos que fazem parte da vida comum.
A melhor opção para ajudar a criança a se adaptar aos sons é o tratamento precoce, aliando a terapia ocupacional, fonoaudiologia e a análise comportamental, mas, além disso, os pais também podem dar continuidade ao tratamento de integração sensorial em casa.
Ofereça previsibilidade, prepare a criança para sons que podem acontecer nos ambientes como: barulho do liquidificador ou da panela de pressão. Além disso, explique o que cada som significa e associe isso a coisas que a criança gosta. Exemplo: o liquidificador é usado para fazer o bolo preferido e o som da panela de pressão indica que um almoço muito gostoso está sendo preparado.
Explique e demonstre para a criança todos os sons produzidos pelo nosso corpo naturalmente, exemplo: respiração, mastigação, batidas do coração e barriga roncando quando está com fome. Dessa forma, ela não irá se assustar ou ficará menos angustiada ao ouvir esses sons.
Algo muito importante também é nunca forçar um estímulo. Isso pode fazer com que a criança faça uma associação negativa a determinado ruído e, também, a pessoa envolvida na ação, afetando ainda mais a relação social.
Mas o que fazer em momentos de crise?
Fone contra ruídos e tampões são excelentes aliados. Por isso, deixe-os sempre ao alcance da criança
Em alguns casos, uma playlist com sons, músicas que a criança gosta ou ruído branco podem ajudar a acalmar em momentos de crise, mostre à criança que você está ao lado dela, que ela está segura e nada de mal irá acontecer.
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Fonte: jadeautism.com